Programador Júnior, Pleno ou Sênior – Qual eu sou?

A partir do momento em que a função de programador passou a ser uma enorme demanda no mercado de trabalho, surgiu a necessidade de categorizar os profissionais conforme o seu nível de experiência. A maioria das empresas obedecem esses níveis para estruturar equipes de desenvolvimento, calcular bases salariais e definir planos de carreira. Mas afinal, em qual nível eu me encaixo?

Introdução

Quem trabalha com desenvolvimento sabe que programação é um triunfo infinito, já que as linguagens, tecnologias e ferramentas evoluem constantemente e ganham novos recursos. Acompanhar essa evolução no desenvolvimento de software é essencial para profissionais que trabalham com programação, e este é um dos fatores que colaboram com o seu grau de experiência.

Em outras palavras, pode-se dizer que o conhecimento da linguagem, a lógica de programação e a regra de negócio são os principais medidores que definem se o profissional é Júnior, Pleno ou Sênior. É claro, o tempo de atuação na área também influencia, mas conta com as particularidades de cada empresa.

Antes mesmo de começar a falar sobre as diferenças, vale ressaltar que ainda há um nível inicial, chamado de Trainee. Esse nível, no qual não existe só na programação mas também em várias outras profissões, é o profissional que está iniciando suas atividades na área, ou seja, ainda não tem um conhecimento sólido da atuação como um todo. Geralmente, após 6 meses atuando como Trainee, o profissional é promovido a nível Júnior.

Nível Júnior

O programador Júnior já possui noções básicas (porém essenciais) de programação, como lógica, estruturas de dados, laços de repetição e instruções SQL. Embora já seja capaz de realizar manutenções em um projeto, o programador deste nível ainda detém uma certa dificuldade em elaborar novas funções ou rotinas no banco de dados que exijam vários testes. Essa experiência é adquirida durante a sua evolução na programação.

Nível Pleno

Para alcançar o nível Pleno, o programador Júnior deve ter no mínimo um ano de experiência. Porém, com a promoção do cargo também surgem novas responsabilidades. O progrador Pleno, por sua vez, já fica encarregado de determinados processos em um projeto, realizando manutenções e estudando aprimoramentos no sistema. Este profissional já deve ser capaz de compreender códigos de outros desenvolvedores e, se possível, melhorá-los, além de criar novas rotinas para suprir a regra de negócio.

Nível Sênior

O tempo de atuação de um programador Pleno é maior do que um programador Júnior, ou seja, somente após 2 anos de experiência é que ele já pode ser considerado de nível Sênior. Quando o profissional atinge esse nível, significa que já consegue compreender a arquitetura de um software e não tem dificuldades em lidar com códigos extensos. O profissional Sênior trabalha com programação avançada assumindo altos conhecimentos de programação, como por exemplo, desenvolvimento de componentes, utilização de novas tecnologias, refatoração e uso intenso de orientação a objetos.

Analistas

Paramos por aqui? Não.

Com 3 anos de experiência como programador Sênior, o profissional passa a exercer a função de Analista Programador (ou Analista Implementador). Neste nível, além da função de programador, ele também se encarrega de fazer análises de novas implementações, bem como lidar com a engenharia do software. Em certas empresas, o Analista Programador também fica responsável por parte da equipe, respondendo ao seu superior.

Espere aí… eu disse “superior”? Então existe mais um nível?
Exato. Após trabalhar como Analista Programador, o profissional finalmente se torna o contemplado Analista de Sistemas, bastante conhecido na área de desenvolvimento. Em poucas palavras, a principal função de um Analista de Sistemas pode ser resumida em:

Grosso modo, pode-se dizer que o Analista de Sistemas busca as informações com o cliente (ou com o Analista de Negócios), realiza uma análise da implementação e, em seguida, transpõe essas informações de forma técnica para os desenvolvedores. Vale observar que para ser um bom Analista de Sistemas, é preciso ser comunicativo, proativo e dominar técnicas de modelagem de dados, como UML ou DFD.

Observações

Bom, agora que apresentei os diferentes níveis de experiência, vou fazer uma contradição ao meu próprio artigo! Não, eu não sou bipolar, mas enquanto redigia este artigo notei a necessidade de esclarecer algumas passagens:

1) Os períodos de atuação para avançar o nível mencionados no artigo são relativos de cada empresa.
Algumas empresas podem promover um programador Pleno pra Sênior em apenas 1 ano, enquanto outras podem demorar bem mais. Esse período respeita vários fatores, como cultura da empresa, desempenho do profissional ou mesmo quando o programador “ameaça” sair da empresa por motivo de uma proposta melhor.

2) Não é necessário transitar em todos os níveis para ser um Analista de Sistemas.
Já conheci profissionais que “pularam” de Júnior pra Sênior ou de Pleno pra Analista Programador. Como disse anteriormente, essa é uma característica do próprio profissional, que é reconhecido pelo seu desempenho e experiência.

3) As funções que aloquei para cada nível também são relativas.
Pode-se dizer que em certo momento o programador Pleno executa várias tarefas de um programador Sênior, e infelizmente este é um dos motivos que o faz procurar por outras oportunidades. Da mesma forma, um programador pode ser promovido a Sênior mas continuar exercendo funções de um Pleno, por exemplo.

4) Não mencionei bases salariais.
Valores também se tratam de um assunto particular de cada empresa. Aliás, aparentemente os salários de programadores são diferentes em cada parte do país.

 

Bem, e ouvi dizer que estão pensando em criar mais um nível: programador “Default” – aquele que se desdobra pra exercer as tarefas dos três níveis ao mesmo tempo, haha.

Um abraço, pessoal!
Até a próxima.


André Celestino